terça-feira, 10 de novembro de 2009

Fui a Lisboa e não levei máquina.

Estive hoje o dia inteiro em Lisboa.

Como bom pacóvio que vai à Capital fiquei abismado quando o carro se meteu por becos e vielas, com monumentos e palacetes, avenidas e jardins.

Hoje estive o dia inteiro em Lisboa.

Eram nove da manhã quando o Sr. Doutor me disse que já podia voltar a saltar e acorrer e andar no campo.
De um momento para o outro deixei, como que por magia, de me preocupar com costas e radiografias e tac's e pernas maiores que outras que são por outro lado mais pequenas e nervos entalados nas vertebras e nos discos e posturas tortas e olhos estrábicos e o diabo a sete que me acompanhavam desde que um dia  que o médico me viu a correr todo torto nas ruas de Beja.

Hoje estive o dia inteiro em Lisboa.

Eram dez da manhã quando passei por sítios que já não via desde que era adolescente.
Passei pelo Ministério da Educação, onde participei numa manifestação da qual me foi tirada um fotografia que por sorte/azar foi a primeira capa da revista O MILITANTE  ( sim, eu já fui capa de revista, como a Matadinho). Passei por uma rua onde ficava o consultorio de dermatologia de um médico famoso que me curou com Roacutan e volta e meia me mandava um cartão a perguntar como é que estava o meu fígado.... Passei pela Assembleia da Republica, onde levei uma (ou duas) vargastada nas costas, por um senhor do Corpo de Intervenção só porque estava em cima do leão com uma barra de ferro que servia de pau a uma bandeira negra. Passei pela Baixa onde um dia às cinco da manhã me deliciei com os bolos do dia anterior que eram trocados por um funcionário ( eu e os outros manguelas que me acompanhavam). Passei pelo Instituto Jean Monet onde um dia o meu pai me foi levar à noite para apanhar o autocarro que me transportaria a Paris, Estrasburgo, Donostia e Hendaia a convite do Parlamento Europeu., naquela que foi a viagem da minha vida. Passei pelo Jardim Zoológico que visitei em pequeno e onde já levei a minha pequena, num dia de sol que vencendo o medo de andar de carro em Lisboa decidi aventurar-me até ao Parque das Nações...e apanhar o táxi.

Hoje estive o dia inteiro em Lisboa.

E não levei a minha máquina fotográfica.
Não faz mal, tirei uma fotografia com um método especial: Cardiotype.
Gravei as imagens directamente no meu coração.

2 comentários:

amor de uma mae disse...

esse é o método mais eficaz

de lisboa tenho algumas guardadas no coração
como aquelas em que fazia-mos a travessia do tejo
a chegada e partida do comboio
hoje se morresse
morreria feliz
porque sei o que é viver uma paixão e ser correspondido
hoje essa paixão é um grande amor
agora para a próxima não te esqueças de comprar uma caixinha de pasteis de belém
não sejas forreta
bom dia de trabalho

Regina disse...

Não me falem em pastéis de Nata...Quando penso em Lisboa, sinto o sabor deles. Engraçado: Lisboa é a terra da minha família, por lá andei vezes sem conta, mas não me diz nada senão os saborosos pasteizinhos...mas se me falam de Évora...diz tudo!