Parti cedo. Não tão cedo como gostaria, mas o suficiente para ser de manhã cedo.
Velhos sapatos, velha mochila.
Destino certo, caminho incerto.
A medo, sem saber quando chegaria, percorri campos verdes e estradas velhas.
De repente chego à praia. Mais depressa do que julgara.
Passeio por entre casas, cores e cheiros que não conhecia.
O peso do corpo magoa-me os pés e decido parar.
Na mochila uma lata dos americanos faz as honras do almoço.
Escolho um canto à beira-mar e instalo-me.
Sinto-me observado. Demasiado.
Olho para o lado e vejo uma placa na parede que as minhas diopetrias me impedem de ler.
Aproximo-me.
Começo a chorar.
Desde pequeno que ouvira falar do meu tio Santos Barros que era dos Açores, casado com a minha tia Ivone Chinita e que morrera, juntamente com ela quando era eu pequeno.
Nunca pensei em o encontrar, ali, sozinho, a olhar eternamente o mar.
E muito menos que me tivesse chamado para consigo almoçar.
Almoçámos e parti. Demasiado cedo.
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