sábado, 24 de março de 2012

Por estranho que pareça.




Parti cedo. Não tão cedo como gostaria, mas o suficiente para ser de manhã cedo.

Velhos sapatos, velha mochila.

Destino certo, caminho incerto.

A medo, sem saber quando chegaria, percorri campos verdes e estradas velhas.

De repente chego à praia. Mais depressa do que julgara.

Passeio por entre casas, cores e cheiros que não conhecia.

O peso do corpo magoa-me os pés e decido parar.

Na mochila uma lata dos americanos faz as honras do almoço.

Escolho um canto à beira-mar e instalo-me.

Sinto-me observado. Demasiado.

Olho para o lado e vejo uma placa na parede que as minhas diopetrias me impedem de ler.

Aproximo-me.

Começo a chorar.


Desde pequeno que ouvira falar do meu tio Santos Barros que era dos Açores, casado com a minha tia Ivone Chinita e que morrera, juntamente com ela quando era eu pequeno.
 

Nunca pensei em o encontrar, ali, sozinho, a olhar eternamente o mar.


E muito menos que me tivesse chamado para consigo almoçar.



Almoçámos e parti. Demasiado cedo.

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