Filme Colorido revelado em Caffenol ( 250 ml água - 4 colheres de café e 2 de carbonato de sódio)
foto: pedro horta
Não tenho tido tempo sequer para ler.
Bem...ler leio....mas falo de ler no sentido que tem o sabor de devorar um romance do Jorge Amado.
Noto que dou mais erros, tenho maior dificuldade em articular uma frase, em exprimir algo. Sinto-me preso, como os maníacos nas suas camisas de força que procurando tudo fazer se encontram por isso limitados.
Lembro-me quando fui para Direito. Sentia-me brutificado, massificado. Os primeiros trabalhos de grupo foram um horror, uma tristeza franciscana...um arrastar...um sacrificio... uma auto flagelação pior que a dos Marqueses de Peralta.
Pouco a pouco fui ganhando o gosto e a clareza de raciocinio. Não que tivesse aprendido palavras paroxitonas, mas simplesmente, porque o pensamento se tinha libertado.
Penso nisto várias vezes e conclui, à data, que não precisamos de muitas palavras para nos expressarmos completamente. Basta-nos sentir livres para dizer aquilo que pensamos.
Desde então assumo-me como um Livre-Pensador. Não por ter muitas ideias para partilhar, mas porque as poucas que vou tendo são o resultado de uma reflexão livre de dogmas e preconceitos. Ou pelo menos combatendo aqueles que me vou apercebendo.
Sou Livre-Pensador não porque possa sequer dizer tudo aquilo que penso, mas porque no meu interior, ou nos vários interiores que vou encontrando neste mundo, posso-o fazer livremente.
E há locais onde nos sentimos livres.
A Biblioteca de Beja é um deles. Apesar de ler muito pouco.
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