Foto: Alexandra Rosa
Revelada em Café e Carbonato de Sódio
Parei por momentos. Olhei para a imagem de um menino Jesus, que, qual bandeira, ondulava numa varanda.
Apontei a minha velha máquina, calculei tempos e oiço-te:
O que fazes aqui?
Olha para ali. Não achas estranho?
Não me respondes, tiras-me a máquina e apontas para um local qualquer...disparas e vais-te embora a rir.
Ainda te oiço: publica-a com um poema de Pessoa, que te vou mandar.
Foi o que fiz.
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Como um grande borrão de fogo sujo O sol posto demora- Vem um silvo vago de longe na tarde muito calma. Deve ser dum comboio longínquo. Nest E um vago desejo plácido Que aparece e desaparece. | |
Também às vezes, à flor dos ribeiros, Forma Que nascem e se desmancham E não têm sentido nenhum Salvo serem bolhas de água Que nascem e se desmancham. | |
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - |
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