segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Locais IV

Fotografia Estenopeica


Casa de Ferreiro, o Torto
ou Torreão Sul de Vila Real de Santo António


Segundo a planta da Fundação de Vila Real de Santo António da Arenilha, esta seria delimitada por dois Torreões.

O da fotografia é o Torreão Sul.

Actualmente encontra-se ali sedeado o Arquivo Municipal.

Nos anos 30.... era a casa do Ferreiro, o Torto ( nome simpático para o estrabismo ou cegueira).

Este bom homem era agiota. Emprestava dinheiro a altos juros, penhorando o ouro dos seus "clientes". Era pois conhecido como o homem que "ficava com o ouro das pessoas".
Tinha 3 filhas:
Uma, de nome Marquita casou com o professor primário chamado Sr. Primitivo.
A segunda era anã, chamada por todos por Ananita
A terceira casou em segundas núpcias com o António Ritta, avô da nossa antiga primeira dama.

O mundo é pequeno.


Sei isto, porque os avós Maternos da nossa primeira dama eram de Odeleite, e às vezes chovia....

E também porque o meu avô foi criado com a Tia Sebastiana.

Ora vejam se não tenho razão:


O Sr. Luis Xavier e a D.ª Claudina.(avós da Maria José Ritta) vinham por diversas vezes a Vila Real acompanhados dos seus filhos, filhas, netos e netas.

Quando chovia, a ribeira de Odeleite não os deixava voltar para casa. Ficavam então no N. 87 da rua Sousa Martins.

Lá morava a Sebastiana Nunes, parteira de profissão e amiga do casal. Tia do meu Bisavô ( o Mestre Horta , carpinteiro).

Por isso o meu avô sabia a história da família, e recordou-se que o Ferreiro, o Torto era sogro do Avô Paterno da ex-Primeira Dama.

Também se lembrou que mais tarde, para o Torreão Sul da Vila, foi morar o "Homem das Estradas", eventualmente alto quadro da Junta Autonomia.

Este não era Torto, mas era gordo, sendo por isso apelidado de "Barrelinho".

Tinha dois filhos. Uma casou-se com Deus, o outro foi para a Judiciária.

O Homem das Estradas morreu a dormir, quando o Tecto do Torreão se abateu sobre a sua cama.

Ficou o Torreão abandonado.

Um dia arranjaram o tecto e foi para lá o Arquivo Municipal.

Assim é a história do Torreão Sul de Vila Real.

Falta contudo a sua utilização ou proprietário inicial que pelo mapa reparo que começa por M e tem 3/4 letras.

O Nosso Torreão está no canto inferior esquerdo. Se alguém conseguir dar uma ajuda...

E perguntam alguns? E o Torreão Norte?
Esse, segundo diz o meu avô era propriedade dos Sanches (" mas isso não interessa...eram de familias espanholas "(sic)).

Escrevam, nem que seja para dizer que é tudo mentira.
Planta de Fundação de VRSA (1774) digitalizada de Obra de Hugo Cavaco
Vila Real de Santo António - Reflexos do Passado em Retratos do Presente

5 comentários:

Anónimo disse...

Olá,
curioso a tua história do torreāo. Tenho q falar depois com minha Māe, fica aqui apenas o apelido dela Snr. Baptista ( nome de solteira ) que é filha de um Snr. F. Baptista que cresceu nesse Torreāo Sul de V.R.S.A. ! E por sua vêz, irmāo da Marquita. Minha bisavó e das minhas irmās. Minha māe herdou o torreāo mas o vendeu a um primo afastado de nome Rita. Ora, esse torto era meue bisavô? Vou ter que esclarecer isso!
Obrigada e os meus comprimentos
A. B. da Cruz

Pedro Horta disse...

Olá.
Procura saber mais pormenores. Se precisares de algum, eu falo com o meu avô que se lembra bem desta e de outras estórias. Pois o tal primo afastado seria pai ou avô da Maria josé Ritta, antiga primeira dama. O que, de certa forma nos torna primos afastados.....
Até breve.

Paulacbc disse...

olá,

sou também uma descendente desta família e irmã da autora do comentário acima. A história do Torreão Sul é também a história da minha família . A minha mãe é filha de Joao Gomes Baptista Júnior, filho de João Gomes Batista que, segundo o que é relatado no teu blog, era conhecido como o Torto, e de Feliciana Ribeiro . Para a minha mãe essa alcunha "Torto" é uma novidade. O que a minha mãe sabe é que o seu avó paterno comerciava peixe para a indústria de conserva - e tinha o armazém/salga no rés do chão do Torreão. Ouvia falar de um ferreiro - talvez esse tenha sido o pai do dito Torto. O meu avô, João Gomes Baptista Júnior, que foi esquecido na lista de filhos do Torto, estudou em Lisboa, na Escola Militar, e, antes de ser funcionário no Banco de Portugal, foi proprietário de um colégio particular em Portimão, onde lecionou o ensino secundário - pois não havia ainda esse grau de ensino em Portimão...Os estudantes tinham que continuar os estudos em Faro, tal como o fizeram os meus avós. Gosto muito desta iniciativa dos meus avós. Depois a vida deles seguiu para Coimbra - onde a minha avó frequentou a Universidade, Viseu e finalmente Braga. Eu sou, assim, tanto do Norte como do Sul. E será por isso que vim viver para o Algarve... Visitei o Arquivo Municipal e gostei muito do que vi. A casa é linda e a nossa família ficou muito contente por se ter transformado num edifício público que contribui para a memória dessa fantástica e única cidade de VRSA e para a cultura da região. Foi engraçado encontrar esta história no teu blog. Se souberes de mais alguma, gostaria de conhecer, pois esse ramo da família deixou o Algarve há muito tempo. PS: Não é certo que tenha sido um Rita quem comprou o Torreão à minha mãe.
Cumprimentos,
Paula Cruz

baptista da cruz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
baptista da cruz disse...
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