terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Hortelã-Pimenta em Azul


Abri a porta do laboratório, há muito encerrado, e retirei lá de dentro uma folha sensibilizada com uma solução de Ferricianeto de Potássio e Citrato Ferrico Amoniacal, esquecida numa prateleira que já não abria há dois anos.

Se calhar já não funciona, pensei enquanto me relembrava que ainda por cima tinha sido feita utilizando sais de citrato castanhos e não com os verdes mais sensíveis à Luz.

Pensei em expôr à luz, tentando provar que mesmo com estes Sais, e mesmo com um papel sensibilizado há dois anos, é possível obter um cianótipo.




Coloquei então numa prancha um pouco do tal papel. Por cima um ramo de hortelã da ribeira que arranjei na horta.

Deixei estar sob um sol fraco, durante uma hora e meia,enquanto construía mais três câmara-escuras para um outro projecto que aqui se falou.



No fim lavei com água corrente, sem recurso a água oxigenada ou vinagre. Constatei que mesmo assim o período fora excessivo e havia que clarear o resultado. Não tinha carbonato de sódio à mão, mas rapidamente me lembrei do detergente da roupa.

Assim foi, esfregado o papel com um pouco de detergente liquido obtive uma imagem aceitável.


Já se encontra entre os livros. Chamei-lhe Hortelã-Pimenta em azul.


Fica assim provado que os sais castanhos do citrato produzem imagens (o que já se sabia) e que, mesmo com dois anos, um papel cianotipo continua a produzir imagens.

Na fotografia nada se estraga...tudo se transforma.




Se quiseres saber mais sobre cianótipos, faz uma pesquisa neste Blog.

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